Classificada pela ciência artística como uma das mais importantes pintoras surrealistas da história da arte, a mexicana Frida Kahlo nasceu em julho de 1907, em uma cidade chamada Coyoacán, localizada numa delegação da Cidade do México. Filha de pai alemão e mãe mexicana, Frida negava o rótulo que a categorizava ao lado de grandes nomes do movimento artístico da época como Salvador Dalí (1904 -1989) e Renné Magritte (1898 – 1967), afirmando que nunca havia pintado sonhos, mas sim a própria realidade.
Com uma trajetória de vida marcada por enfermidades e relacionamentos amorosos abusivos, Frida Kahlo contraiu poliomielite na infância e com apenas 18 anos sofreu um grave acidente quando o ônibus em que estava chocou-se com um bonde. Ao todo foram necessárias 35 cirurgias e mesmo depois da recuperação apresentou inúmeras complicações por causa do acidente, declarando a respeito das sequelas: “E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo.”
Frida Kahlo: intensidade, força e resistência das mulheres (clique para conferir)
Para recuperar-se do trauma e das dores intensas e constantes, a jovem que até então não demonstrava interesse pela carreira artística passou a pintar quadros usando as tintas do pai, que pintava por passatempo, e um cavalete adaptado à cama. Neste período, a artista pintou vários autorretratos, 55 ao todo, que representam um terço de toda sua obra. Ela justificava dizendo: “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”. Depois de sua recuperação e da remoção do emplastro, ela voltou a caminhar, mas, as dores continuaram a acompanhando durante toda a sua existência.
Frida Kahlo: intensidade, força e perseverança das mulheres (clique para conferir)
Em 1928, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano no qual conheceu seu futuro marido Diego Rivera. No ano seguinte, quando tinha 22 anos, Frida e Diego casaram-se e foram viver na casa onde Frida nasceu. Porém a relação foi muito conturbada, e por conta disso, acabou. Entre as inúmeras relações extraconjugais, a pintora comunista manteve um caso amoroso com o dirigente do Partido Comunista da URSS Léon Trotsky, até um ano antes de sua morte (1939).
Embora a construção da mensagem de igualdade entre gêneros e emancipação das mulheres como ferramenta para a libertação da humanidade perpasse por suas relações amorosas e familiares (por ter um lar constituído em sua maioria por mulheres), a visão artística e revolucionária de Frida Kahlo não dependeu unicamente de suas relações sociais para tornar-se herança cultural de seu país natal e inspirar milhões de mulheres ao redor do mundo com sua história de perseverança e força, apesar de todas as dificuldades e sofrimentos físicos e psicológicos que sofreu ao longo da vida, transformando a dor em arte que viria a se tornar símbolo da luta feminista mundial.
Frida Kahlo: intensidade, força e resistência das mulheres
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